Nesta semana, as equipes mineiras Dentil Praia Clube e Minas Tênis Clube estiveram participando do Mundial de Clubes de Vôlei, realizado em Ankara, na Turquia. As equipes que estão liderando a Superliga aqui no Brasil (Praia em 1º com 10 vitórias e 29 pontos, e Minas em 2º com 8 vitórias e 24 pontos) até tentaram se impor as poderosas equipes do país sede, mas nenhuma conseguiu chegar a grande final.
Praia Clube representou muito bem na competição, mas estava no “grupo da morte”

Foto: FIVB
O líder da Superliga partiu para a Turquia sabendo que teria jogos bem complicados pela frente. Praia Clube estava no grupo com Fenerbahçe, equipe da casa, onde joga a jovem promessa russa Arina Fedorovtseva, e a equipe italiana Conegliano, atual campeão do Mundial de Clubes e que recentemente conquistou o recorde de vitórias da história de uma equipe, vencendo 76 jogos em sequência. O time da poderosa oposta italiana Paola Egonu é a sensação do momento.
O primeiro jogo do Praia foi contra o Fenerbahçe, onde a equipe mineira mostrou sua força logo no primeiro set, vencendo por 25x22, mas a equipe turca logo se recolocou na partida, virando o jogo e fechando em 3x1 (25x22; 23x25; 18x25; 21x25). A central praiana, Carol, um dos pilares da equipe, foi muito bem marcada, marcando apenas quatro pontos e sendo substituída durante a partida, enquanto a oposta Brayelin Martinez foi o desafogo, terminando com 24 pontos. Em contrapartida, pelo lado turco, Fedorovtseva e a compatriota russa Lazareva pontuaram 28 vezes cada uma.
Precisando da vitória para seguir a semifinal, o Praia foi enfrentar o poderoso Conegliano, que não tomou conhecimento das adversárias, aplicando um sonoro 3x0 (25x17; 25x16; 25x18). A equipe mineira lutou, mas as adversárias não deram chance para uma reação.
O Minas foi a equipe que conseguiu chegar mais longe na competição

Foto: FIVB
Desde o sorteio dos grupos do Mundial acreditava-se que o Minas seria a equipe com mais chances de sucesso, pois seu grupo tinha o Altay VC, do Cazaquistão, atual campeão do Campeonato Asiático, mas com nível abaixo da equipe brasileira. O outro time que compunha o grupo era o fortíssimo Vakifbank Istanbul, onde joga a ponteira da seleção brasileira Gabi.
O Minas estreou contra o time mais frágil, Altay, vencendo por 3x0 (25x21; 25x22; 25x18), com ótimas atuações da central Thaísa e da ponteira Neri Ozsoy, que jogou em casa. Na segunda rodada, as brasileiras foram superadas pelo Vakifbank por 3x0 (25x18; 25x17; 25x18), mas ainda assim garantiram a vaga na semifinal pois o Vakif venceu o Altay.
Semifinal
Classificado para a semifinal na segunda colocação, o Minas enfrentou o primeiro colocado do outro grupo: o poderoso Conegliano, único time que venceu as duas partidas da fase classificatória.
A equipe mineira começou mostrando todas as suas cartas já no primeiro set, jogando muito bem, arrancando a vitória por 25x23. No segundo set, o Minas chegou a ter chance de fechar o 2x0, mas desperdiçou o ponto e a equipe do Conegliano não brincou em serviço, e virou o placar, e o que seria uma larga vantagem acabou virando um empate desastroso em 1x1. A partir do segundo set também ocorreu o fato determinante da partida: a gigante Paola Egonu acordou. A oposta não gostou nada de ter marcado apenas 4 pontos no primeiro set e passou a chamar a responsabilidade do jogo para si.
O Minas ofereceu resistência apesar de muitos erros (23) e de não contar com a experiente central bicampeã Olímpica Thaísa, que nem aqueceu devido a dores na canela, mas no final, a equipe italiana provou o porquê do status de melhor equipe do mundo, fechando o jogo em 3x1 (23x25; 26x24; 25x15; 25x19), com 28 pontos de Egonu.
Na outra semifinal, o Vakifbank venceu o Fenerbahçe por 3x0 (25x19; 29x27; 25x23), com grande atuação da oposta sueca Isabelle Haak, que pontuou 17 vezes, e de um bloqueio muito bem postado, que marcou 10 vezes e anulou as russas do time do Fenerbahçe, que trouxeram tanta dor de cabeça ao Praia Clube.
Finais
Neste domingo (19) ocorreram as resoluções finais do campeonato:
Na final, a partida se alongou tanto quanto podia, com o Vakifbank se impondo e vencendo o gigante Conegliano por 3x2. Os incríveis 35 pontos de Paola Egonu não foram suficientes para dar o título para as italianas, que enfrentaram uma equipe com fome de vitória, empurrada pela torcida e muito bem organizada, que teve a oposta Haak como maior pontuadora com 28 acertos.

Vakifbank - Foto: FIVB
Representando o Brasil, o Minas disputou o terceiro lugar contra o Fenerbahçe e acabou atropelado pela equipe turca por 3x0 (25x18; 25x07; 26x28). Já o Praia fechou a participação em 5º lugar no geral, pois o Altay não venceu nenhum set, feito que a equipe brasileira alcançou contra o Fenerbahçe.
Curiosidade: Apenas 3 equipes brasileiras já venceram o Mundial de Clubes Feminino.
- Logo na estreia da competição, em 1991, a extinta equipe Sadia Esporte Clube garantiu o título para o Brasil, com o evento sendo realizado em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera.
- Em 1994, a também extinta equipe do Leite Moça/Sorocaba conquistou o título atuando no Ginásio José Liberatti, também em São Paulo.
Vale ressaltar que nessa época as partidas ainda eram realizadas no antigo formato de 15 pontos, com posse de bola. Para quem não conhece esse formato, as equipes pontuavam uma vez para ter a posse de bola e apenas no segundo ponto seguido que de fato valia para o placar. Ou seja, caso a equipe não pontuasse duas vezes seguidas, o placar não alterava. Apesar de ser um set de apenas 15 pontos, os jogos podiam ser extremamente longos.
- Já no formato atual, em 2012, o Osasco (naquela época Sollys/Osasco, nome derivado do patrocínio) foi até Doha, no Catar, buscar o título. O time titular composto por Sheilla, Jaqueline, Fernanda Garay, Adenízia, Thaísa, Fabíola e Camila Brait enfrentou o Rabita Baku do Azerbaijão na final e venceu por 3x0 com tranquilidade.
Comments