Aconteceu na noite do última terça-feira (19/10) o segundo jogo da final do Campeonato Paulista de Vôlei Feminino. A equipe do técnico Luizomar de Moura, que já havia vencido o primeiro jogo da série “melhor de 3” dentro de casa, bateu as jovens jogadoras do Barueri novamente e sagrou-se campeã do campeonato pela 16ª vez.
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Foto: Instagram oficial Osasco / @osascovoleibolclube
O CAMINHO ATÉ A FINAL
Osasco venceu a tradicional equipe do Pinheiros na semifinal, que vem para a temporada 2021/2022 com uma equipe renovada e cheia de vontade, que será capaz de atrapalhar muitos times na próxima Superliga que inicia no final desse mês. As comandadas de Luizomar não tiveram vida fácil nestas duas partidas, fechando a primeira disputa em 3-0 e a segunda em 3-1. Pinheiros defende muito bem e tem atacantes de potência, que deram muito trabalho para o quesito bloqueio-defesa osasquense, que tinha centrais estreantes na temporada: a americana Rachel Adams, que chega ao Brasil pela primeira vez; e a bicampeã Olímpica Fabiana, que se tornou mãe em abril deste ano e ainda busca a sua melhor forma física.
Já Barueri enfrentou o, até então, único time invicto do campeonato, SESI Bauru, que, com um time experiente e bastante ofensivo, venceu o primeiro jogo por 3-1. Porém, na sequência, brilhou a estrela do técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães, que conseguiu reverter a semifinal. O time do Barueri veio para o segundo jogo muito mais ofensivo, bem posicionado e defendendo extremamente bem, o que resultou numa vitória de 3-0, forçando o jogo 3. Nesta partida, Barueri aplicou outro 3-0, na casa do SESI, sem dar chances para o adversário buscar a vaga.
A FINAL
Já no primeiro jogo da série final, ficou claro que Osasco não daria brechas para a equipe de Barueri, ainda mais depois de ver a virada espetacular da equipe do José Roberto em cima do SESI. Sem desperdiçar chances, Osasco abriu a série com um 3-0 em casa, com o apoio de sua torcida apaixonada. Barueri errou muito durante a partida, facilitando ainda mais a vitória do Osasco. A experiente levantadora, Fabíola, colocou todas as suas atacantes na partida, dificultando para o bloqueio adversário, enquanto a levantadora de Barueri, Jacke, não tinha um bom passe para realizar os levantamentos, resultado do saque ofensivo das adversárias. No conjunto da obra, Osasco ficou com a vitória na primeira partida.
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Foto: Digenis Nikolaidis
No segundo desafio, Osasco foi até o Ginásio Poliesportivo José Corrêa para tentar buscar a taça, enquanto o Barueri ia para o tudo ou nada, tentando forçar uma terceira partida. A confiança do Barueri balançou logo cedo, com Osasco abrindo 6 a 0 no primeiro set. A experiência acabou falando mais alto novamente: Osasco pressionou, e as comandadas de Zé Roberto não conseguiram jogar com sua tradicional alegria e leveza, não alcançando 20 pontos em nenhum set. Ainda foram 26 pontos cedidos ao Osasco em erros, o que dificultou muito uma reação na partida, que acabou em 3-0.
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Foto: @carol__fotografia
DESTAQUES
A jogadora Tifanny, em sua primeira temporada na equipe do Osasco, foi a maior pontuadora em todas as partidas de semifinal e final. Uma atacante de muita potência, que veio para a equipe de Luizomar para jogar de ponteira, e acabou sendo implantada na posição de oposta devido ao fato de Tandara, oposta titular absoluta, estar sob investigação de doping desde a Olimpíada. Tifanny já jogou de oposta antes, mas vinha sendo utilizada como ponteira na sua antiga equipe, SESI Bauru, embora não fosse muito consistente na recepção, mas resolvendo no ataque, fundamento que ajudou muito o Osasco até aqui.
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Foto: @carol__fotografia
Mencionar a líbero Camila Brait é como “chover no molhado”. Sempre bem posicionada, salvando bolas espetaculares, comandando o fundo de quadra osasquense, foi um dos pilares para a equipe conquistar este campeonato. Brait, que vai para a 14ª temporada no Osasco, levantou o 10º título do Campeonato Paulista. É uma lástima que tenha decidido se aposentar da Seleção Brasileira após a conquista da medalha de prata na Olimpíada. Aos 32 anos de idade, vem jogando em nível altíssimo, e ainda tem muito talento para esbanjar.
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Foto: @adautoaraujo.com.br
Nada do que aconteceu nessas últimas partidas apaga o trabalho do Barueri. Um time sem patrocínio, com o técnico José Roberto Guimarães tirando dinheiro do próprio bolso para investir na equipe, fez o que ninguém imagina: eliminar o time invicto e chegar à final. O grande diferencial na sequência final da competição fica por conta da experiência. Enquanto a média de idade de Osasco é de 30 anos, a de Barueri é de apenas 21 anos, é normal que elas sintam a pressão.
Zé Roberto investe na continuidade do voleibol brasileiro. A sua equipe conta com jogadoras que brilham nas seleções de base, desde as categorias juvenis. O que este treinador faz não é valorizado tanto quanto deveria. Não adianta nada exigir títulos da seleção principal se não for investido na base. Jogadoras vão abandonando a seleção, seja por idade ou por escolhas pessoais, é necessário manter, ou melhorar, o nível das jogadoras que vão substituí-las. Nomes como a ponteira Carina, a levantadora Jacke, as centrais Lorena e Diana, são as principais apostas para o futuro da seleção brasileira... E tudo isso graças ao Zé Roberto que investe e valoriza as etapas, e vem a anos colocando essas jogadoras, degrau por degrau, no caminho do bom voleibol.
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Foto: Divulgação/FIVB/Estadão
SUPERLIGA
A principal competição brasileira vai começar, e as equipes paulistas já tem data de estreia:
Osasco enfrenta, no dia 30 de outubro, a equipe do Fluminense, no Ginásio José Liberatti, contando com o apoio da sua torcida. A partida ocorre as 21:30hs e terá transmissão do Sportv.
Barueri joga no dia anterior, 29, contra o Curitiba, também em casa. Esta partida será transmitida pela TV NSports.
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